A síndrome pós-covid, síndrome pós-aguda da pós-covid ou covid longo, refere-se ao conjunto de sintomas presentes após 4 semanas da infecção, que não são atribuídos a diagnósticos alternativos e que podem surgir durante o período de recuperação da Covid-19. Sobre essa fase pós-aguda da Covid-19, espera-se que seja resolvida em poucas semanas, mas quando passa para 3-6 meses, pode continuar a manifestar-se de diversas formas, como:
Declínio da qualidade de vida;
Fadiga, fraqueza e dor muscular;
Dispneia e tosse;
Depressão, ansiedade;
Alopecia
Dor no peito
Doença renal crônica
Tromboembolismo
Por outro lado, para que tais estímulos não prejudiquem consideravelmente a saúde do ser humano, é fundamental que a barreira intestinal esteja da forma mais íntegra possível. A barreira intestinal é composta por bactérias intestinais presentes principalmente na camada mais externo de muco, pela camada mais interna da mucosa, na qual apresenta substância anti-microbianas e IgA, pelas células intestinais, tais como os enterócitos, as células de Goblet, as células de Paneth, as células M, entre outras, além mucosa do tecido linfóide associado ao intestino (GALT) e das células imunológicas presentes no mesmo.
As bactérias podem se ligar aos receptores Toll-like presentes nas células intestinais, de modo a que uma certa resposta imunológica de acordo com a célula que se liga e ao receptor ativada, é desencadeada. Como possíveis consequências, pode haver a desregulação da permeabilidade intestinal, que contribui para um estado chamado de leaky gut. O leaky gut é conceituado pelo aumento da permeabilidade intestinal advindo do disfuncionamento da barreira entérica e que acarreta em uma rota paracelular de antígenos, toxinas e bactérias, do lúmen intestinal para a corrente sanguínea, contribuindo para o estado de hiperpermeabilidade intestinal.
No que se refere à ligação principal entre a síndrome do leaky gut e a síndrome pós-covid, evidências indicam a persistência da inflamação persistente e aberrante, além do aumento da indução da autoimunidade, da persistência de antígenos virais e da alteração da produção de citocinas pró-inflamatórias, fatores nos quais podem acarretar a dentre outras consequências, na hiperpermeabilidade intestinal.
Sabe-se que dentre as implicações da Covid-19 na saúde gastrointestinal, parte delas se relacionam com a presença massiva da enzima conversora de angiotensina 2 (ECA2) na membrana da borda em escova do intestino delgado. Desse modo, pode haver a desregulação dos complexos protéicos responsáveis pela permeabilidade intestinal, as proteínas de junção estreita, as junções aderentes e o desmossomo.
Logo, no momento de maior carga viral, a COVID-19 aguda está associada a sintomas gastrointestinais, como náuseas, vômitos, diarreia e dor abdominal. Já em pacientes com síndrome pós-covid, a sintomatologia relacionada ao trato gastrointestinal, inclui perda de apetite, náuseas, perda de peso, dor, azia, disfagia, motilidade intestinal alterada e síndrome do intestino irritável.
No que se refere a frequência de sintomas gastrointestinais, após 6 meses de infecção pelo Sars-Cov-2, tais sintomas incluem diarreia, constipação, dor abdominal, náuseas e/ou vômitos e refluxo, quadro que pode ser agravado a partir de uma disbiose intestinal pré-existente ou vice-versa. Também, evidências indicam a persistência da inflamação persistente e aberrante, além do aumento da indução da autoimunidade, da persistência de antígenos virais e da alteração da produção de citocinas pró-inflamatórias, fatores nos quais podem acarretar a dentre outras consequências, na hiperpermeabilidade intestinal.
Referências bibliográficas
Fasano A. All disease begins in the (leaky) gut: role of zonulin-mediated gut permeability in the pathogenesis of some chronic inflammatory diseases.
Meringer H, Mehandru S. Gastrointestinal post-acute COVID-19 syndrome. Nat Rev Gastroenterol Hepatol. 2022 Apr 5:1–2. doi: 10.1038/s41575-022-00611-z.
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