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Psicobióticos: você já ouviu sobre?


Recentemente, houve um aumento nas pesquisas sobre psicobióticos, que são organismos vivos que, quando ingeridos em quantidades adequadas, conferem benefícios à saúde de pacientes que sofrem de doenças psiquiátricas e trazem melhorias à saúde mental. Seus benefícios ocorrem por meio da comunicação entre a microbiota intestinal e o cérebro, ou seja, através do eixo intestino-cérebro. A microbiota intestinal é composta por microrganismos presentes no trato gastrointestinal, que desempenham diversas funções no metabolismo, na homeostase intestinal, no sistema imunológico, em outros sistemas do organismo, no cérebro e no comportamento. O eixo intestino-cérebro é a comunicação bidirecional entre o intestino e o cérebro, onde um afeta o outro e essa comunicação se dá através do sistema endócrino, imunológico e do sistema nervoso entérico.


Alterações na composição e função da microbiota intestinal podem levar a uma disbiose, o que pode causar efeitos negativos no organismo e no metabolismo. Um desses efeitos negativos causa alterações nos processos cognitivos e emocionais, além de estar associado a diversas doenças, como diabetes mellitus, síndrome metabólica, doenças inflamatórias intestinais, obesidade, ansiedade, depressão e doenças neurodegenerativas.


Os psicobióticos são organismos que podem ser utilizados para melhorar a saúde mental, pois melhoram a microbiota intestinal, que se comunica com o cérebro e a função cognitiva. Os psicobióticos são probióticos específicos que apresentam esses benefícios, mas nem todos os probióticos são psicobióticos. Alguns autores também incluem na definição de psicobióticos outras substâncias que podem trazer efeitos positivos à microbiota intestinal, como os prebióticos, suplementos dietéticos, exercício físico e antipsicóticos, que alteram de forma indireta a microbiota intestinal.


Os psicobióticos agem via:

  • Nervo vago;

  • Através dos metabólitos da microbiota intestinal, como os ácidos graxos de cadeia curta, que são produtos da fermentação de fibras e aumentam sua produção com o uso de psicobióticos;

  • Através de hormônios neuroendócrinos;

  • Através de citocinas e neurotransmissores - os psicobióticos aumentam a produção de neurotransmissores, como a dopamina e noradrenalina, serotonina, GABA e acetilcolina, que estão envolvidos na função cognitiva e nos processos cerebrais. Além disso, os psicobióticos aumentam os níveis de citocinas anti-inflamatórias, que atuam na integridade da barreira hematoencefálica, na barreira intestinal e na redução da inflamação.

O uso de psicobióticos tem mostrado efeito terapêutico que pode auxiliar no tratamento de distúrbios neurológicos, distúrbios de humor, como ansiedade, estresse, depressão, Alzheimer, Parkinson, insônia, Transtorno do Espectro Autista, Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade e Síndrome de Tourette, melhorando a qualidade de vida dos pacientes.



Referências:

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DINAN, Timothy G.; STANTON, Catherine; CRYAN, John F.. Psychobiotics: a novel class of psychotropic. Biological Psychiatry, [S.L.], v. 74, n. 10, p. 720-726, nov. 2013. Elsevier BV. http://dx.doi.org/10.1016/j.biopsych.2013.05.001.


SHARMA, Richa; GUPTA, Deesha; MEHROTRA, Rekha; MAGO, Payal. Psychobiotics: the next-generation probiotics for the brain. Current Microbiology, [S.L.], v. 78, n. 2, p. 449-463, 4 jan. 2021. Springer Science and Business Media LLC. http://dx.doi.org/10.1007/s00284-020-02289-5.


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