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Qual a influência da nutrigenômica com o emagrecimento?

Atualizado: 22 de dez. de 2022


As doenças crônicas não transmissíveis (DCNTs), como obesidade, doenças cardiovasculares, diabetes, câncer e outras estão associadas às interações entre diversos genes com os fatores ambientais. Entende-se que não só os nutrientes e demais compostos dos alimentos, mas também o estilo de vida representam fatores que podem alterar a expressão gênica, o que pode gerar modificações nas funções metabólicas. Nesse sentido entram os estudos da Nutrigenômica, uma ciência que estuda como os constituintes dos alimentos interagem com os genes e seus produtos na alteração do fenótipo, isto é, na informação da expressão gênica. A partir da identificação do genoma humano, a evolução das pesquisas e tecnologias ômicas permitiu identificar um número superior a 500.000 polimorfismos por pessoa.


A partir desse conhecimento, reconhece-se que os nutrientes têm a capacidade de interagir e modular mecanismos moleculares essenciais nas funções fisiológicas dos organismos. Alguns polimorfismos já são reconhecidos atualmente pela capacidade de afetar as funções das proteínas, assim como suas interações com outras proteínas e substratos. Portanto, o entendimento sobre como os nutrientes afetam o metabolismo, e com isso, o balanço entre a saúde e doença pela alteração da expressão e/ou da estrutura do mapa genético individual, torna-se fundamental para desenvolver diferentes técnicas e tratamentos mais assertivos.


Mas então qual a influência dessas pesquisas no emagrecimento?


A partir de dados do sequenciamento do DNA humano, constatou-se que, apesar de uma similaridade de cerca de 99,9% entre o genoma dos indivíduos, pequenas alterações discretas na sequência do DNA conhecidas como polimorfismos de nucleotídeo único (SNP, pronunciam-se “snips”), existem aos milhões no genoma humano. Essa variação individual de 0,1% pode levar a mudanças na estrutura, função, quantidade ou localização das proteínas codificadas, alterando inúmeros processos fisiológicos e características físicas. Por fim, esses polimorfismos possuem a capacidade de influenciar o risco para doenças crônicas não-transmissíveis (DCNT), na necessidade de nutrientes e na resposta aos alimentos.


Entende-se que a nutrigenômica abriu portas para a inovação na maneira de se propor recomendações nutricionais, que influenciadas pelas características genéticas, passam a ser ainda mais individualizadas, e assim, muito mais efetivas. Dessa forma, esse reconhecimento de padrões genéticos possibilita compreender a capacidade de certos nutrientes em modular a expressão gênica, o que ocasiona, consequentemente, uma vasta área de pesquisa sobre as melhores escolhas de alimentos com finalidades específicas, como por exemplo, tratamento de perda de peso.


Ao se tratar de tratamento dietético para obesidade, ou mesmo a perda de peso orgânica, deve-se considerar que a nutrição depende não somente da composição do alimento em si, mas também de fatores intrínsecos e extrínsecos ao organismo. Ou seja, para a determinação de um plano alimentar ou outra abordagem, que seja assertiva, deve-se considerar questões como a taxa metabólica basal, a atividade física, composição corporal e condições metabólicas únicas, uma vez que todas as diferenças encontradas entre os indivíduos (raça, sexo, idade, estilo de vida, polimorfismos genéticos), podem gerar alterações metabólicas de resposta ao nutriente.


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Referências bibliográficas

FUJII, Tatiane Mieko de Meneses; MEDEIROS, Roberta de; YAMADA, Ruth. Nutrigenômica e nutrigenética: importantes conceitos para a ciência da nutrição. Nutrire Rev. Soc. Bras. Aliment. Nutr, São Paulo, SP, v. 35, n. 1, p. 149-166, abr. 2010.


CONTI, Aline de; MORENO, Fernando Salvador; ONG, Thomas Prates. Nutrigenônica: revolução genômica na nutrição. Cienc. Cult., São Paulo , v. 62, n. 2, p. 04-05, 2010 . Available from <http://cienciaecultura.bvs.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0009-67252010000200002&lng=en&nrm=iso>. access on 17 Oct. 2022.

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