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Descubra os principais genes associados com a obesidade

Atualizado: 22 de dez. de 2022


O perfil epidemiológico nutricional Brasileiro sofreu grande transformação nas duas últimas décadas do século XX, passando de um padrão de doenças carenciais, como desnutrição energético protéica, deficiência de vitamina A, pelagra, anemia ferropriva, deficiência de iodo, para um contexto de doenças nutricionais crônicas não transmissíveis. Hoje, observa-se uma grande parcela da população acometida por doenças tais como obesidade, diabetes, dislipidemias, hipertensão e câncer. Dessa forma, há a necessidade de pesquisa e construção de novos enfoques explicativos acerca da fisiologia e fatores causais, além de inovações intervencionais.


Dentre um dos problemas de saúde pública enfrentados hoje em dia, está a obesidade e por esse motivo, cada vez mais estudos tendem a focar na fisiopatologia e tratamento para o emagrecimento. Primeiramente é preciso frisar o contexto multifatorial que envolve essa patologia, pois a obesidade, ao contrário do que é muito disseminado na população, não se refere apenas a um desbalanço energético caracterizado por um superávit calórico. Hoje, sabe-se que a obesidade pode apresentar origem na fase embrionária, com início determinado por alterações nos transportadores placentários, que aumentam o influxo de nutrientes para o feto. Entender a interação entre nutrientes, fatores genéticos e ambientais, ou seja, o contexto multifatorial, é a base para desenvolver estratégias personalizadas para a prevenção e tratamento da obesidade.


Genes da obesidade: já estão elucidados?


A deposição de gordura é acompanhada pelo aumento de biomarcadores inflamatórios e estes são úteis para a identificação precoce de indivíduos suscetíveis ao desenvolvimento da obesidade e de outras doenças, tais como as cardiovasculares e diabetes. Alguns destes biomarcadores envolvidos na obesidade e que podem atuar como fator de risco para doenças cardiovasculares são o ECA, PADR, CRP, C3,GPx, HDL, IL-6, IL-18 LDL, TNF-α, entre outros. O reconhecimento desses fatores de risco demonstram a essencialidade da nutrigenômica para a área da saúde, uma vez que é uma área com enorme potencial de gerar benefícios através de uma nutrição individualizada, na qual a intervenção dietética auxilia na contribuição genética de cada indivíduo.


É preciso ressaltar que, no desenvolvimento da obesidade, o controle da necessidade de ingestão alimentar pode ser afetado por polimorfismos em genes codificadores de receptores ou de peptídios sinalizadores periféricos (em especial, a insulina, leptina e adiponectina). Como a nutrição é um dos fatores ambientais fundamentais na patogênese e na progressão de condições metabólicas como a obesidade, o reconhecimento dos genes envolvidos são de suma importância para melhorar as abordagens de promoção de saúde e tratamento. A ingestão alimentar, por exemplo, está relacionada com a expressão do gene associado à massa gorda e obesidade FTO, encontrado no tecido adiposo, nas células pancreáticas e, principalmente, no hipotálamo. A partir do reconhecimento desse polimorfismo, é possível identificar os nutrientes que estão associados a ele, e dessa forma, favorece o risco de desenvolvimento de obesidade do tipo central.


Nutrigenômica: um novo caminho para a prevenção e tratamento?


O avanço dos estudos da nutrigenômica representa a ampliação de um novo ramo no estudo e na aplicação da dieta em favor da saúde humana, pois a sua finalidade é a busca de prescrições e elaboração de dietas assertivas baseadas na composição genética individual. Devido ao aspecto genético e ambiental envolvidos na patologia, abordagens tradicionais podem falhar no que diz respeito à condução do tratamento, já que não engloba todos os quesitos que estão relacionados com o desenvolvimento da doença. Em consequência disso, podemos observar planos dietéticos embasados cientificamente, porém que falham em sua aplicação, pois fatores como o consumo dietético total e a saciedade para diversos alimentos podem ser influenciados por diversos genes.

Nesse sentido, a nutrigenômica possibilita o conhecimento das intervenções gene - nutrientes, bem como as substâncias que irão afetar um determinado gene, com isso, abordagens que possam desencadear ou reprimir a expressão do polimorfismo para uma determinada doença ficam claras no momento da determinação da conduta prescrita. Dessa maneira, a nutrigenômica tem a possibilidade de auxiliar na diminuição do índice de doenças crônicas não transmissíveis observados atualmente, uma vez que tais doenças estão relacionadas ao perfil genético e as respostas metabólicas percebidas, estão interligadas com as necessidades nutricionais.


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Referências bibliográficas

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SCHMIDT, Leucinéia; SODER, Taís Fátima; BENETTI, Fábia. NUTRIGENÔMICA COMO FERRAMENTA PREVENTIVA DE DOENÇAS CRÔNICAS NÃO TRANSMISSÍVEIS. Arquivos de Ciências da Saúde da Unipar, [S.L.], v. 23, n. 2, p. 127-137, 16 maio de 2019. Universidade Paranaense. http://dx.doi.org/10.25110/arqsaude.v23i2.2019.6386.

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