O intestino é capaz de sintetizar mais de vinte hormônios. Por isso, é conhecido como o maior órgão endócrino do organismo. Cerca de 1% das células do epitélio intestinal são especializadas em secretar hormônios – coletivamente são conhecidas como células enteroendócrinas. Esses hormônios exercem as seguintes funções:
- Regulação do metabolismo da glicose, por meio da ativação de receptores de glicose nas células do tecido-alvo;
- Estimulação da síntese de glicose hepática em situações de jejum prolongado;
- Indução da saciedade e redução da ingestão de alimentos;
- Sensação de fome;
- Regulação do humor, do apetite e do sono, por meio da serotonina;
- Controle da motilidade gastrointestinal para permitir a digestão e a absorção adequada dos alimentos e a eliminação das fezes;
- Estimulação da secreção de enzimas digestivas adequadas para cada tipo de nutrientes ingeridos.
Um mesmo hormônio exerce diferentes funções. A colecistocinina (CCK), por exemplo, controla a secreção de bile e de enzimas pancreáticas, atua no metabolismo da glicose e ainda induz a saciedade. O Glucagon-Like Peptídeo 1 (GLP-1) reduz a secreção de glucagon (promovendo redução da síntese de glicose hepática e aumenta a captação e o armazenamento de glicose), reduz a motilidade do trato gastrointestinal e as secreções gástricas, promovendo a sensação de saciedade. Esses dois hormônios são secretados logo após o consumo de alimentos.
A grelina estimula o apetite, aumenta a motilidade e a velocidade de esvaziamento gástrico e estimula a secreção ácida no estômago. O jejum estimula a síntese desse hormônio e logo após a refeição seus níveis plasmáticos reduzem rapidamente.
A manutenção da saúde do intestino é necessária não apenas para garantir a ausência de sintomas gastrointestinais. Afinal, esse sistema impacta no funcionamento de todo nosso organismo. Uma saúde intestinal adequada reduz risco de doenças e melhora a qualidade de vida.
Referência:
Martin, Alyce M et al. “Mechanisms controlling hormone secretion in human gut and its relevance to metabolism.” The Journal of endocrinology vol. 244,1 R1-R15. 29 Nov. 2019, doi:10.1530/JOE-19-0399
Comments