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Disbiose intestinal e emagrecimento: há uma relação?

Atualizado: 22 de dez. de 2022


A microbiota intestinal, população complexa e dinâmica de microrganismos que ocupa o trato gastrointestinal (TGI), exerce uma enorme influência nos processos de saúde e doença do seu hospedeiro. Como o lúmen intestinal representa o local no qual se concentram a maior parte das bactérias presentes em todo o corpo humano, o organismo lança mão de diferentes mecanismos que permitem uma relação simbiótica e mutualista, com esse ecossistema bacteriano. O equilíbrio (eubiose) da microbiota depende de inúmeros fatores, sendo a dieta um dos mais importantes. Em contrapartida, alguns hábitos como o uso indiscriminado de antibióticos, uso excessivo de álcool e cigarro, laxante, estresse, dieta, baseadas em alimentos industrializados ou ricas em gorduras, podem causar uma modificação/desequilíbrio (disbiose) das populações da microbiota.

Tendo em vista que a microbiota contribui para a fisiologia corporal por diferentes aspectos e vias, entende-se que quaisquer alterações no padrão de microrganismos gera malefícios. A disbiose está associada não somente a alterações imunes, mas também com modificações na barreira intestinal, surgimento de doenças inflamatórias, síndrome metabólica e obesidade. Ademais, observa-se que o desenvolvimento da obesidade, o processo de emagrecimento e as doenças metabólicas, assim como a microbiota, sofrem imensa influência externa e interna. Por meio da diferenciações na microbiota intestinal, podem ocorrer variações na obtenção de energia dos alimentos, no metabolismo lipídico e até mesmo na resposta imune, o que consequentemente gera padrões fenotípicos diferentes entre os indivíduos.

Perda de peso e a influência da microbiota

A disbiose apresenta inúmeros fatores causais que favorecem o surgimento do seu desequilíbrio, o que resulta em distúrbios metabólicos, doenças autoimunes, neurológicas e inflamatórias. Atualmente, sabe-se que há uma estreita relação entre desequilíbrio da microbiota e alteração de peso, isso porque a microbiota possui característica altamente complexa, na qual os microrganismos recebem influência não só da quantidade, mas sim da qualidade dos nutrientes extraídos da dieta. Dessa maneira, o padrão dietético possui implicações diretas sobre a manutenção de peso ou sobre o desenvolvimento de patologias, como a obesidade.

Hoje, a obesidade é um dos maiores problemas de saúde pública mundial. Justamente por isso, diversos campos de pesquisas buscam reconhecer e compreender melhor acerca da ação da microbiota, seus efeitos e suas influências no organismo. Essa busca demonstra que a disbiose pode estar relativamente ligada a obesidade, já que o predomínio de bactérias patogênicas sobre bactérias benéficas, acaba por alterar a absorção de nutrientes no intestino. A mudança fisiológica observada devido a disbiose, tal como qualquer outra patologia multifatorial, apresenta características únicas em cada indivíduo. No entanto, algumas características gerais como a relação entre disbiose e facilidade de ganho de peso, e do aumento de gordura corporal já são bem elucidadas.

Dessa forma, a disbiose apresenta-se como um fator importante para a obesidade. A modulação do microbioma intestinal através da alimentação individualizada é essencial para tratamentos que buscam o emagrecimento, pois como é visto em dados atuais, as intervenções dietéticas, incluindo a administração de pré e probióticos, possui capacidade de prevenir doenças crônicas, além de auxiliar em um tratamento que esteja em curso. Portanto, uma microbiota equilibrada é peça fundamental para a manutenção da integridade da função fisiológica normal humana.


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Referências bibliográficas

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